domingo, 22 de março de 2015

Carta aos Romanos

Assim como nas civilizações já mencionadas anteriormente, os romanos também eram politeístas. A variedade de deuses adorados nas mediações do Império Romano era tamanha que, durante o reinado do Imperador Adriano, foi construído o Panteão de Roma com o intuito de reunir o culto à todas estas divindades em um único templo. As construções arquitetônicas desta civilização se desenvolveu em um caminho distinto dos gregos devido ao uso dos arcos e abóbadas, os quais permitiram que os romanos criassem espaços internos mais amplos e também os famosos aquedutos. Neste contexto histórico, temos o conhecimento de Saulo de Tarso, cidadão romano de procedência judaica que ficou bastante conhecido pela perseguição dos primeiros cristãos na Judeia até que o próprio Jesus lhe apareceu na estrada de Damasco. 

Ironicamente, Saulo que era o perseguidor de cristãos, ao se tornar um, foi perseguido pelos judeus e só não foi crucificado pois era um cidadão romano. Antes de ser capturado e preso em Jerusalém, Paulo escreveu sua famosa carta para os cristãos que residiam em Roma, aproximadamente em 57 d.C, anunciando seu entendimento sobre o evangelho e as doutrinas dos seguidores de Cristo. Difícil é tentar compreender a gradual expansão do cristianismo mesmo neste contexto de perseguição. Desde o ano 64 de nossa era com o Imperador Nero até 305 sob o governo de Diocleciano, cristãos eram assassinados, incendiados e brutalizados para o entretenimento da população romana. Deste modo, Paulo escreveu para aqueles desamparados que não tinham templos para se reunir, mas que devido às perseguições, realizavam suas assembleias dentro de residências e também em galerias subterrâneas conhecidas por catacumbas.


O espaço dentro dessas galerias serviam inicialmente para sepultar os mártires, aqueles que morreram pela sua fé e que desejavam ser ressuscitados por Jesus integralmente, já que acreditavam que o costume romano de cremação poderia interferir neste objetivo. Quando estas galerias foram redescobertas, descobriu-se as primeiras manifestações de pintura cristã realizadas inicialmente por homens do povo e não grandes artistas, daí as características simples e até mesmo toscas, de forma rude ou grosseira como é relatada pelos historiadores. Nestas pinturas simbolistas, vemos por exemplo o peixe, que em grego se escreve ICHTYS coincidindo com a expressão "Iesous Christos, Theou Yios, Soter" (em português "Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador") e o qual inclusive é utilizado por cristãos até os dias de hoje. Este relacionamento entre arte e cristianismo se tornou cada vez mais íntimo e isto pode ser observado na arte bizantina, gótica e até mesmo depois da Idade Média.

Saulo, que também era chamado de Paulo, após se converter fez três viagens missionárias e só conheceu a capital do Império quando tinha cerca de cinquenta anos. O livro bíblico de Atos dos Apóstolos narra esta viagem de Cesareia à Roma no capítulo 27, sendo considerado o relato mais completo daquele tempo de uma viagem por mar num navio à vela. Neste mesmo livro, temos um outro curioso relato ocorrido na cidade de Éfeso localizada na província asiática do Império Romano, onde um ourives chamado Demétrio lucrava muito com a venda de miniaturas do templo da deusa Diana em prata, e viu seu negócio ameaçado com a pregação monoteísta de Paulo e seus companheiros. Estes últimos foram capturados pelos cidadãos de Éfeso e levados à um teatro onde só não foram assassinados pela multidão revoltada graças à intervenção do secretário da prefeitura da cidade.


Referências:
Graça Proença. HISTÓRIA DA ARTE. Sem ano (PDF).

Sociedade Bíblica do Brasil. BÍBLIA DE ESTUDO NTLH. 2012 (Livro)*.


*Esta tradução também pode ser acessada NESTE LINK.


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