terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Arte Rupestre no Brasil

Os grafismos rupestres podem ser considerados como as primeiras manifestações artísticas da humanidade, revelando expressões estéticas e culturais realizadas por distintas sociedades pré-coloniais que deixaram suas marcas em paredões rochosos ao longo de boa parte do território brasileiro. Especificamente nos estados de Minas Gerais e Piauí as pesquisas sobre Arte Rupestre estão mais desenvolvidas do que em outras regiões.


Estas pinturas e gravuras lavradas em grutas, lajes e paredões, podem ser distinguidas em figurativa e geométrica (ou abstrata). A primeira é comumente associada com imagens de homens e animais enquanto a segunda é formada por pontos, linhas e figuras geométricas tais como círculos, losangos e quadrados, as quais muito provavelmente eram facilmente reconhecíveis para o grupo que as pintou (assim como acontece atualmente, na comunicação simbólica dos grupos de pichadores). Até o momento já foram agrupadas oito tradições estilísticas, a saber: Meridional, Litorânea Catarinense, Geométrica, Planalto, Nordeste, Agreste, São Francisco e Amazônica.

Hoje, a pichação sobre estes grafismos bem como a remoção dos pedaços de rocha (souvenir dos visitantes?) são dois fatores negativos responsáveis pela depreciação destas manifestações. Esta constante degradação, seja por iniciativa humana ou por influência climática/temporal, obriga a realização do registro destes grafismos no intuito de preservar estes patrimônios culturais. Afinal, a Arte Rupestre é um componente do processo de ensino e aprendizagem, e em seu caráter coletivo reforça valores e rememora acontecimentos sociais e míticos nos ajudando a compreender as origens da humanidade e da vida social.

Os registros mais antigos foram datados de 26 mil anos atrás até a chegada dos colonizadores portugueses. Por hora só podemos imaginar que tecnologia estes povos utilizaram para que as pinturas resistissem a todos estes milhares de anos, enquanto que atualmente, qualquer pintura residencial precisa ser restaurada em menos de uma década. O que nos traz o questionamento se a humanidade "pré-histórica" é tão menos complexa e capaz do que na contemporaneidade, como muitas vezes o darwinismo nos leva a pensar.


Referência:
Ludimilla Justino de Melo Vaz - MEMÓRIA DA PEDRA TALHADA ARTE RUPESTRE EM NIQUELÂNDIA - GO. Goiânia, 2005 (Dissertação de Mestrado).


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